sexta-feira, 4 de abril de 2014

O inicio na vida da prostituição

Boa noite! Sou uma mulher de 21 anos, sozinha na selva de pedra buscando a sobrevivência e tentando dar uma vida de rainha para a minha vó, que reside em outro estado com os demais membros da minha família. Escrevo nesse blog mais como um desabafo, já que só eu sei dos meus planos e pensamentos. 

Tudo começou quando eu fiquei um ano procurando emprego, fui em dezenas de entrevistas e NADA, e a cada emprego negado eu ia me sentindo pior, caindo em depressão, ouvindo minha vó dizer que não tinha gás em casa ou que a água dela foi cortada (em outro post digo porque não moro com minha família), eu passei meses me sentindo um lixo sem poder fazer nada por ela. Não quero aqui justificar as minhas escolhas pois tem muita gente que passa dificuldades e não pensa em cair nessa vida, mas cada um é cada um. 

Não entendia o motivo de não passar nas entrevistas, tenho cursos um deles técnico, sou trilíngue, bonita e com uma ótima dicção, e nunca recebia respostas ou logo de cara levava um não nas entrevistas, eu acabei me cansando dessa vida de gastar o dinheiro que eu não tinha com entrevistas.

Foi ai que um dia, comprei um jornal de empregos bastante conhecido aqui em São Paulo, mandei e-mails com o meu currículo, liguei agendando entrevistas e foi nas duas ultimas paginas que eu me deparei com anúncios estratosféricos, oferecendo R$4.000,00 por semana, até R$16.000,00/mês e aquilo mexeu comigo, mas deixei pra lá... Não por muito tempo, desiludida com o resultado das entrevistas, passando fome, tendo telefone e agua cortados que comecei a pensar a me prostituir, meio insegura pois eu sou magra, e pensava que nesse meio só sobrevivem as gostosonas. Levei dias para entrar em contato com a primeira casa, por vergonha mesmo, e lá fui eu. Primeiramente em uma casa bem simples próxima a praça da republica, achei um ambiente extremamente pesado, fiquei sentada cinco minutos esperando o gerente e veio dois homens perguntar se eu estava fazendo programa, respondi que não e sinceramente pensei em sair correndo dali, senti nojo deles, visivelmente embriagados e suados, mas como já estava ali resolvi ficar, fui avaliada pelo gerente e ele disse para eu começar quando quisesse. Nunca mais voltei lá! 

Decidi então procurar um lugar de mais nível, fui então num lugar bem conhecido aqui em São Paulo, MORRENDO de vergonha, e falei com o dono do local, ele disse que eu só precisava de um tapa (pois devido as dificuldades não posso cuidar do corpo, cabelo, roupas) e que eu tinha totais condições de me dar bem pois sou muito bonita, mas naquele lugar eu me senti um lixo, mulheres lindas, com o cabelo e a pele bem cuidados, bem vestidas e de classe, tudo o que eu não sou, sou tímida, vestida de maneira simples, cabelos mau cuidados e enfim, acabou com minha autoestima, sai de lá "feliz" (pois não estou feliz em me meter nesse mundo, só penso no dinheiro) pela oportunidade mas arrasada por me sentir um peixe fora dágua, uma sonsinha perto daquelas mulheres espetaculares (de corpo, pois de rosto me considero muito mais bonita que todas elas).

Pretendo iniciar ainda essa semana, vou ver como conseguir um dinheiro para poder tratar dos cabelos, comprar uma roupa melhorzinha para poder me sentir no nivel das outras meninas, e quem sabe assim vencer na vida. Julgamentos sempre vão existir, mas eu não ligo, só quem já passou as dificuldades que passei, que não foram poucas sabe do que estou falando, eu só quero ter o direito de ajudar quem eu amo e me ajudar, coisa que até hoje eu não pude ter. Quero poder fazer o bem pela minha vó em vida, pois a gente nunca sabe quando vai ter um ente querido por perto.



Um comentário:

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